sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

"Mundo"

Nesta competição acelerada, sem freio nem marcha, ainda deu tempo de parar e olhar ao lado.
Parado mas funcionando, via-se a realidade antes considerada utópica.
Nesse jogo não se sabe quem adversário ou parceiro. Nesta guerra, nunca se sabe quem é aliado ou inimigo.
Se olharmos a "lato sensu", ficamos divididos. Ao optar por "stritus sensu", tornamos egoístas.
Derrepente, imagine-se num corredor, onde as paredes são pintadas por quadros vivos. Vê-se lá, que o mesmo que matava agora era morto. o mesmo que morria pedia ajuda a um velho inimigo.
Doava-se balas. Quem deliciava de seu doce era os próprios doadores. Vestiam os necessitados. Nas camisetas e blusas doadas, estampava a propaganda do solidário.
Ali era assim. Para jovens, ao invés de uniformes, fardas. Para velhos ao invés de descanso, descaso.
Não se chega em casa alheia mais na hora do almoço. Liga-se com antecêdencia e deposita o valor do prato. Aliás, da comida. O prato descartável lavou-se várias vezes.
Não ouve-se mais voz. Apenas engrenagens. Engrenagens tocadas pela força do vento, que não param nunca.
Num momento, o arranco, o tranco, num pescoço acostumado a nunca deitar-se. Pilotos automáticos da vida, onde mais uma vez, começou a competição, que sem a espontaneidade subjetiva aconteceu.
GusPA

sábado, 17 de janeiro de 2009

Estou indignado!


Este texto partiu de uma reflexão que fiz comigo mesmo depois que recebi uma notícia, em que certo pastor de uma determinada Igreja foi pego no ato de adultério.
Eram três horas da manhã quando foi flagrado na casa de uma outra mulher, que não era sua esposa.
Um pastor respeitado até então, mas, sua infundada desculpa era que estava dando ensinamentos bíblicos para a referida mulher, que, morava sozinha.
Ao ser indagado por seus superiores, o pastor ainda na arrogância da razão, ameaçou bater nas portas da justiça, caso não provassem o “tal adultério”.
Até agora não soube mais notícias mais do caso. Porém, resta-nos indignar perante horrendo fato.
Não quero entrar no mérito institucional de cada denominação, porém, abster-se de longos e desnecessários comentários, e indgnar, no momento, apenas em um ângulo.
Se por algum motivo, seja qual for, decidirmos fazer parte de uma religião, na qual engrenhamos a intenção em resguardar direitos religiosos através do poder do Estado, seria bem melhor que nem se faça parte desta religião.
Certos de que a própria Constituição Federal nos guarda um direito no seu art. 5º, sobre a liberdade de consciência de crença religiosa, então, não existe uma obrigatoriedade de permanência nesta ou naquela instituição. Logicamente que a questão da fé e da crença na Verdade, é imutável, e, a partir do momento que descobre-se o Verdadeiro Caminho através da Palavra, cria-se no sujeito, o afeto à sua denominação.
Uma associação religiosa, qualquer que seja, implica em confiança mútua e não poder policial do Estado. O próprio Jesus, no livro de Mateus 12:25 diz-nos que “todo reino dividido entre entre si mesmo é devastado, e toda cidade ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá”.
Adultério, não é mais considerado crime pelo nosso ordenamento jurídico. Tal crime, antes previsto no art. 240 do Código Penal, foi revogado pela Lei nº 11.106/2005. Porém, os reflexos que o ato de adultério pode causar, ainda são punidos civilmente, caso haja interessados ou quem haja sofrido qualquer tipo de dano com isso.
Alguém que jurou fidelidade à sua associação, foi prestigiado com um grau de confiança tal, a ponto de estar agora na frente ensinando as regras e dirigindo os trabalhos, descumpre as próprias regras que ensinava, e quer exigir quais direitos? Sua acusação foi do adultério? Ou de descumprir as regras da associação da qual fazia parte?
Infelizmente, ou felizmente, como disse uma vez o juiz NEDIR VEREDA MORAES, “o judiciário não pode deixar de enfrentar toda e qualquer questão trazida à apreciação”. Hodiernamente, vemos muitos cristãos aproveitando a facilidade às portas da justiça.
Não sou contra que cristãos busquem auxílio na justiça, aliás, toda autoridade foi constituída por Deus, como vemos no livro de Romanos 13:1. Mas, sou mais a favor do ensinamento que o apóstolo Paulo deixou-nos em 1º Coríntios Capítulo 6. Os onze primeiros capítulos traz palavras tão impactantes, que mostra-nos a sabedoria que o povo cristão deveria exercer, como deveriam comportar-se nestes casos ante a sociedade.
Ali o apóstolo Paulo pergunta se não há nem ao menos um sábio que possa julgar, resolver os problemas, sem que precise levar questões de um irmão contra outro, perante incrédulos.
É o que tem acontecido. Prova-se nas palavras do juiz JOSÉ RICARDO RIZK, no acórdão do Rec. Ord. Nº 2.029/1998 Tr. Reg. Trab. – 17ª R., que diz: “Quando uma questão como esta nos é submetida, a primeira reação é de incredulidade e, até mesmo um certo desprezo por aquela pessoa que, eivada de mesquinhez, ousa ‘alimentar o corpo onde alimenta a alma’, contrariando o mais elementar dos ensinamentos religiosos”.
Mas ainda há muito o que vir. Na cidade desse tal pastor, o juiz é evangélico!

GusPa

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

E agora??


Sentado à beira da cama, muitos envelopes à mão. O carteiro saiu aliviado. Água, Luz telefone, gás, supermercado, IPTU, IPVA, seguro obrigatório, taxa de iluminação pública (ops! a rua está tão escura hoje!), imposto de renda, CPMF (que isso??? Ainda bem foi só um susto.. propaganda da Veja),

Mais papéis... Como pude esquecer do boleto do Magazine da Avenida? Ainda bem que mandaram outro. Internet banda larga; opa! O primeiro boleto do celular de conta... ; que exagero desse boleto da faculdade!

Espere um pouco: Havia esquecido do esgotamento do limite do cartão de crédito! E que boleto engraçadinho... Tanta conta pra pagar... Ah.. ainda bem que vieram duas cartas junto. Talvez fosse o aviso do boato de aumento salarial na empresa.. Opa! Como ser tão negligente e esquecer de pagar o terno cinza usado somente uma vez? Ufa! Que gentileza da loja mandar avisar...

Mas ainda falta uma cartinha. Talvez fosse de uns primos, tios, sei lá.. Que bom era mesmo. É muito bom receber notícias do povão lá da capi... tal... O quê? Não acredito! O Joaquim ta desempregado, precisando de dinheiro emprestado? Ah! Era só o que me faltava! Desculpe... vou atender o celular, já volto..
... (a cobrar) ... “Alô? Pedro? E aí amigo? Como está de férias? Se divertin... do? O quê? Você bateu o meu carro? ... mas... como? Está preso? Não acredito que bebeu outra vez! Ã? O quê? Fiança? .. ah espere um pouco... te ligo depois...”
.. Bom.. e agora?

GusPA

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Conselhos de um sábio


Por um momento parei e comecei a pensar. Não consegui sozinho. Como organizar meus pensamentos, se a quantidade de carga elétrica negativa e positiva emaranhava meus neurônios.
Um simples convite faz-nos pensar? Parece que não. Mas depende de quem veio o convite e qual finalidade e intensidade em que veem. Muito difícil neste momento ao subir da poeira da realidade, e damos atenção a ela. Essa atenção, simplesmente atenção, é a mesmo que um acusado sem advogado.
Então me sentei e chamei um velho e sábio amigo. Este amigo já foi um rei. Sua virtude era a sabedoria, sua coroa era o conselho. Sim, Salomão. Autor dos livros de Eclesiastes, Provérbios, e Cantares de Salomão. Filho do grande rei Davi, e sucessor do trono.
Nada melhor que conselho de quem já passou por situações pelo menos parecida com a nossa. Apenas explique para Salomão o que ocorre com você. Ele, através de seus livros, e, ainda mais importante, através de suas experiências, lhe dará muitos conselhos.
Foi o que me aconteceu. Expliquei para o velho e sábio Salomão o que se passava comigo, e pedi-lhe conselhos. Disse-lhe que nunca havia ido para os bares me embebedar e divertir com amigos. Disse-lhe que nunca me droguei pra ser como amigos. Disse-lhe ainda que meu corpo não conheceu as mulheres da vida. Por fim expus que minha vida se resumia em estudo, leitura, dedicação simplesmente à minha família e à Deus, e, diante de tantos convites a praticar aqueles atos e outros semelhantes, estava agora cercado de pressões psicológicas, sendo quase persuadido a experimentar tudo.
Por um momento em meu coração, o modo em que vivia, pensava eu não trazer-me felicidade, a indecisão tomou conta do meu espírito. Mas isso foi até o momento em que o sábio começou a falar.
No livro de Eclesiastes, capítulo 1, o sábio começa a exclamação: “vaidade de vaidades! É tudo vaidade”.. O sábio Salomão começou a compartilhar-me sua experiência. No capítulo 2 me relatou que certa vez em sua vida, momento em que reinava em Jerusalém olhou em sua volta e viu que havia adquirido poder. Por esse poder, riqueza não lhe faltava. Obras, casas, vinhas, hortas e jardins magníficos. Mulheres, servos e servas, concubinas, vacas, ovelhas, ele havia adquirido mais que qualquer um antes dele em Jerusalém.
Disse-me ainda: “tudo quando desejaram os meus olhos não o neguei, nem privei meu coração de alegria alguma”. Porém, particulou-me o sábio, que neste momento olhou para todas as obras que fizera, para tudo quanto possuía, e, apesar de toda alegria de ter e poder tudo, viu que era tudo vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.
Salientou-me ainda o sábio, que é bom para o homem que coma e beba, e desfrute a sua alma do bem do seu trabalho, e que isto, sobretudo, vem da mão de Deus.
O sábio teve tudo. Deliciou-se de tudo quanto queria, mas concluiu-me que nada para a alma aproveita. Nas emolduradas palavras do sábio pude então notar que posso preferir seguir conselhos, trazer o gozo e a alegria a meu bel prazer.
Apesar desta liberdade e livre arbítrio concedido ao homem, é mais sábio e aproveitoso buscar o que vai completar e definir a vida depois que a matéria retornar ao pó de onde veio.
Disse-me ainda o sábio, em seus insondáveis conselhos, que ele próprio arrependeu-se a tempo. Arrependeu-se de entregar a uma vida de simples prazer terrestre e delícias mundanas e passar a honrar a Deus de toda sua força. Arrependeu-se antes que os moedores se enfraquecessem e caíssem. Arrependeu antes que escurecessem os que olhem pela janela, e antes que os seus braços começassem a tremer e suas pernas ficassem fracas.
Levantei-me fortalecido, absolvendo as palavras do sábio Salomão. Voltando pra casa, todo alegre e sorridente, deparei-me com o amigo Paulo, sim, o apóstolo São Paulo, que me exortou ainda que “todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convem” (I Coríntios 6:12). Em outras palavras, posso fazer tudo o que quero, mas nem tudo é bom pra mim. Posso fazer qualquer coisa, mas não deixarei que nada disso me escravize, e, completa São Paulo a dizer que o corpo não deve também ser usado a bel prazeres, mas para honra do Criador.
Ainda mais explodindo de alegria, e reforçado em minha opinião em viver a vida como já estava vivendo, honrando ao meu Criador acima de todas as coisas, apenas pedi-lhes um cartão de visita, com endereço e telefone, e, hoje, qualquer dúvida, problema, tristeza, preocupação, o cartão está em minhas mãos!!
GusPA.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

RELATOS DE UMA GUERRA

Tudo estava normal. Mas até eles chegarem. Parecia que o campo de batalha já estava pré-determinado. A paisagem do local era a mesma das que víamos nos filmes. Mas agora não era ficção.
Aquele tempo parado, somente o balançar de folhas de um milharal em frente, e algumas folhas de árvores se batendo, o calor intenso. Uma verdadeira cena de que aquela noite eles atacariam outra vez. Mas agora estávamos receosos.
Apesar de noites passadas termos prevalecido e matado muitos deles, não sabíamos ao certo quantos deles viriam. Aliás, tanto quanto fossem, restava-nos quase nenhuma munição. Um dia normal para a ocasião.
Cada um de nós trabalhava durante o dia como se nada mesmo fosse acontecer, apesar de as marcas em nosso corpo doíam e faziam-nos lembrar das noites passadas. Cada vez que essas marcas no corpo nos doíam, faziam-nos enraivecer contra eles.
Era certo isso e sabíamos com certeza, muitos deles estavam entre nós, escondidos. Saíam sempre à noite, com medo de serem descobertos. Às vezes pegávamos um espião. Pegávamos não. Quando chegávamos a descobrir um, era esperto o suficiente para fugir de nós.
Aparentemente éramos mais forte. E éramos sim mais resistentes. Mas eles eram mais numerosos. E tinham, ainda por cima, táticas quase melhores que a nossa.
A noite chegou. Éramos pessoas que não temíamos derramar sangue. E por falar em sangue, onde estávamos havia muito, por causa das noites passadas. Apesar de retirarmos os corpos, manchas de sangue marcavam o local. Muitas das manchas eram nosso próprio sangue.
Não tínhamos notado uma coisa: eles vieram durante o dia do milharal em frente, e conseguiram se esconder por ali. O local havia mitos esconderijos. Nós mesmos tínhamos feito os esconderijos, mas muitas vezes nenhum de nós os usava, e eles se aproveitaram disso.
Foi distribuídos panfletos entre nós, alertando-nos de como eles eram perigosos. Os panfletos ensinavam-nos como lidar com eles. Ah! Mas isso era o que mais sabíamos. Aliás, éramos experientes nesta guerra.
Eles eram durões e não desistiam nunca. Uns kamikazes terrestres!
Naquela noite, bastou desligarmos as luzes. Eu, como sempre despreparado, não deixei minha arma ao alcance de onde estava deitado. Começou os estrondos. Saíram de todos os esconderijos e vinham gritando. Nosso contra-ataque fazia as janelas estremecerem, objetos caírem, civis acordarem... Foi uma batalha cruel, mas fomos resistentes.
Não durou muito para que acendêssemos todas as luzes e eles ficarem desnorteados. Ufa! Foi mais uma noite! Mas mesmo assim, passados algumas horas, conseguimos dormir. Os que deles não morreram se esconderam e deram sossego. Também.. Qual pernilongo aguentaria toalhadas, chineladas, palmadas, RAID.... Essas eram nossas armas!!!!!!!
GusPA

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Brincadeira de avós


Ontem minha avó teve que ser internada;
Simplesmente porque brinquei que meu pai estava “enternado”.
Na verdade, me disse que depois da brincadeira, ela passou mal;
Mau ficou eu, ao meu avô contar que comprou um ferro novo.
A voz do meu avô é muito legal.
Avós do meu avô não existem mais;
Mas histórias deles contadas por meu avô,
Hoje servem pra eu contar estórias.
Minha avó ensinava às netas como ter um bom pré-natal:
É só preparar tudo com muito carinho em 24 de dezembro.
Sempre que acabava o assunto meu avô ia coser,
Minha avó, toda preocupada, ia cozer.
Meu avô tinha um ciúme de seu quarto;
Minha avó me dizia: “por favor, entre no quarto e me pegue a saia”.
Meu avô retrucava: “por favor, entre no quarto, pegue e saia”.
Mas ele adorava colocar as selas nos cavalos para os netos passear no sítio.
Meu avô foi um serralheiro. Às vezes trabalhava no domingo o dia inteiro consertando as celas que presos tentavam fugir.
A avó sempre aspirava o ar poluído da velha fábrica de rapadura, trabalhando;
Mas insistia, pois ali aspirava uma fábrica nova e maior.
É... Não há muito que falar deles,
Há muito tempo eles preferem descansar mais cedo.

GusPA

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sozinho

Em cima do muro assobiava um passarinho.
Solto e saltitante estava o passarinho.
Sabia que isso nao seria pra sempre.

Só eu e aquele sábio sabia sair.
Sozinho no sábado sentei a sorrir,
Secreto e discreto suspendeu a saída.

Sem sequer solução mesmo assim sopitei;
Sabia que isso tornava-me sinistro.
Sem uma síntaxe assim escrevi.

Sem rima e sucesso sobrou a secura.
Sociedade sedenta sacudiu a esperança.
Sossegado em uma sombra sujeito ainda sua.

Soprou em silêncio e saldou a senhora.
Sem sopa para o estranho,
Salada da sogra.

Saiu a sentença,
Do sem graça poema.
O som que saía os lábios sorriam.
GusPA

BRIGA


"Queria morder o cadeado. Mas não deu.
Na única tomada não havia energia.
O computador nao funcionava com a minha.
Aliás, que já se esgotou também.
A idéia de ler as cartas só serviu para rasgá-las.
Ah! idéias! Psicologia diz que idéias é pra organizar pensamentos.
Mas de onde saiu a idéia maluca de engolir a chave da porta!
Se meu coração doía, agora é a garganta e o estômago, por isso nao mordi o cadeado...
Experimentei todas as roupas de meu guarda-roupas.
Que idéia! seu perfume ainda estava no meu terno!
Quem falou que homem nao chora?
Agora, por ser durão, foi a única solução!"
GusPA

Curral eleitoral


Antigamente, definia-se como curral eleitoral o recinto destinado, nas cidades, a hospedar, alimentar e recrear o eleitorado do campo, trazido por facções políticas.
Nesses alojamentos, os eleitores eram mantidos incomunicáveis, até a hora da votação quando saia levando a cédula que colocaria no envelope recebido na mesa eleitoral.
Conta-se que, nos currais eleitorais, o coronel entregava o voto fechado num envelope ao eleitor desinformado para que o depositasse na urna. Quando algum deles pedia para saber qual era o conteúdo do voto, o coronel dizia: "Você está querendo me comprometer? Não sabe que o voto é secreto?"
Alguns pensam que se trata de uma piada. "Isto não aconteceria comigo", dizem... Será?
Nós brasileiros vivemos ainda que indiretamente, num curral eleitoral.Vemos, não só pelos meios de comunicação, mas na sociedade que nos cerca.
Vivemos a corrupção de nossos políticos, e, por uma simples promessa, muitas vezes, ou na maioria das vezes não cumprida, votamos em alguém que não conhecemos, ou se conhecemos, não damos a mínima para sua capacidade política.
O Brasil é sim um grande curral eleitoral. E em vez de um “pasto” bom que merecíamos pelo “leite e carne” lucroso que tiram de nós, vivemos é do lixo que sobra deles, enquanto isto, só remoemos e mugimos nos jornais, nas escolas, no grupo de amigos, no bar, etc. 3/09/2007 publicado na folha areadense

SOGRA: SEMPRE SOGRA!


Sempre que em um momento de lazer, um passeio, uma pausa entre reuniões, onde se conversa sobre “quase tudo”, nem que se for uma, mas existe piada sobre sogra.
Pra uns, a sogra tem que ser enterrada de cabeça para baixo, para que, em caso de “sobrevivência” (devido à sua dureza), cave ainda mais pra baixo; para outros, as casas deveriam ser redondas (pra não ter cantinhos pra ela); outros comparam sogra a uma onça, onde muitos a acham bonita, mas de longe e não querem ter uma solta em casa.
A tendência das pessoas é esta: que as sogras os visitem regularmente (assim de cinco em cinco anos!) e se pudessem, nunca mais as veriam.
Na verdade, isso tudo não passa de uma brincadeira, muitas vezes de mau gosto, pois, pelo menos como regra geral, na sociedade deve-se buscar o bem-estar da família, no amor mútuo e na união.
Hodiernamente, a família está facilmente sendo destruída mediante a tantos fatos que não nos interessa a relacioná-los agora. Com essa “destruição”, cada um toma seu rumo e, por um pequeno lapso temporal, se encontram numa outra esfera de relacionamentos.
Porém, aproveitando esta brincadeira “boba” sobre sogras, e sem entrar no mérito de relacionamentos desfeitos, os adeptos à aversão a sogras talvez não soubessem disto:
Nosso ordenamento jurídico guia-nos por seus artigos referentes ao Direito de Família, contido no Código Civil, que, mesmo na separação, sogro e sogra continuarão parentes da ex-nora ou do ex-genro, ainda que estes venham a contrair novo casamento.
O art. 1.521 do CC é claro em dizer que NÃO podem casar os afins em linha reta (sogro, sogra, padastro, madastra, em primeiro grau; e em segundo grau, avós do companheiro(a) ou cônjuge). Para complementar, o art. 1,595, § 2º, CC, afirma que na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
Vale lembrar que a afinidade na linha colateral (cunhados) cessará com o óbito do cônjuge ou convivente, por conseguinte, não estará proibido o matrimônio entre cunhados.
A afinidade é um liame jurídico firmado entre o cônjuge ou convivente, e os parentes consanguíneos, ou civis, do outro, decorrente de matrimônio válido ou de união estável. È, então, estabelecida por determinação de lei.
Pra alguns estudiosos do direito, a simples questão do legislador deixar de colocar este dispositivo, causaria situações aberrantes e agressivas ao meio social (imagine casar com a sogra!! Argh...).
Apesar de uma separação já causar um caos na estrutura da família, extinguir o parentesco por afinidade em linha reta, causaria um estrago ainda maior no instituto fundamental para a organização da sociedade que é a família, ainda mais se houver filhos menores envolvidos nesta relação. Sem falar na “baderna”, ou até mesmo algum fraude que poderia ocorrer no que tange a direito sucessório.
Portanto, apenas no mundo fantasioso das novelas, e somente nele, é possível a existência de um relacionamento entre, por exemplo, o filho e o sua madastra. Sem esquecer que tal restrição aplica-se também no caso da união estável que, além da previsão expressa na respectiva norma legal, teve seu tratamento igualado ao do casamento, pela Constituição Federal.
Por ser um meio de informação em massa, deveriam os produtores de programas e novelas da televisão brasileira ter mais cuidado na hora de formular situações como estas, a fim de que, além de ser respeitada a norma legal, seja garantida a ordem social e a concretização do vínculo familiar.
Por fim, parece brincadeira, não existe “ex-sogras”. Pode-se casar quantas vezes quiser (lógico que nas regras da lei), mas tantas quantas vezes, adquirirá uma sogra!

Eunucos do Céu


Quero iniciar citando o livro do profeta Isaías, 56, versículos 4 e 5:
“Pois assim diz o Senhor: Aos eunucos que guardam os meus sábados e escolhem aquilo que me agrada, e abraçam a minha aliança, darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor o que de filhos e filhas, um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.”
Os eunucos eram homens privados de sua virilidade. Em várias partes das Escrituras encontramos referências quanto a eunucos. Estes eram homens empregados ao ofício de guardas nos aposentos íntimos e muitas vezes guardas das mulheres.
Com muito destaque vemos a converção do eunuco etíope através do Ministério de Felipe em Atos 8: 26-40.
Eunucos muitas vezes eram impedidos da participação ativa nos ritos judaicos por motivo de sua raça e de sua emasculação, como vemos em Deuteronômio 23:1.
Podemos notar três tipos de eunucos em Mateus 19:12 : os de nascença, os feitos por mãos humanas, e os espirituais.
Entre a nação na época, o que mais alegrava um homem era ter filhos. Isto simplesmente porque era a forma pelo qual seu nome subsistiria depois que ele morresse.
E para os eunucos isso era muito doloroso em sua vida, pois sua situação era irreversível. Mas como Deus que é grande em misericórdia deixou para tais que o servissem, como diz a passagem citada no início, uma promessa além daquilo que era de suma importância, como diz, “Melhor do que um nome de filhos e de filhas, um nome eterno, que perdurará por toda eternidade”.
Como podemos notar em alguns versículos antes, os eunucos possuíam tal inferioridade, a ponto de se considerarem uma árvore seca.
Hodiernamente, fazendo parte da terceira classe de eunucos, os espirituais, que “nos castramos anós mesmos por causa do reino dos Céus”, como diz em Mateus, estamos desligados do mundo e aqui não podemos nada, somos desprezados, humilhados, até mesmo banidos de posições aqui na terra.
Mas a promessa de Deus estende-se a todos os tipos de eunucos descritos em Mateus. Também então para nós, eunucos espirituais que vivemos sob Sua vontade, como Ele quer, que, além de um nome eterno, um lugar na sua casa, dentro dos seus muros.
Não tenhamos ansiedade por coisas terrenas. Além da promessa, não somos árvores secas, mas somos ramos que dá frutos, enxertados na Videira Verdadeira, que é Cristo.
A você, leitor, conservo eunuco, separados do Mundo, vivendo uma vida agradável à Deus, fiquemos firmes, pois temos a promessa de um novo nome e um novo lar!
Graça e Paz da parte de Deus Pai e
de Cristo Jesus, nosso Salvador. Gustavo Pereira Andrade

Dança das árvores


Do sofá avistava-se uma árvore. Uma não, muita. Apesar de que sempre que olhos viravam para a montanha, apenas algumas maneavam seus galhos. A montanha separava o sofá de se ver o horizonte do Oeste. As árvores na montanha faziam-na parecer mais alta. Eram como lavas saindo de um vulcão. A paisagem era de muitas árvores desde o topo, passando pelas suas encostas, numa longa e grossa fita, verde-escuro. Assemelhava soldados em treinamento. Às vezes assistíamos à coroação. Em dias pouco nublados, uma única nuvem adornava o topo da montanha. O mais impressionante era saber quando vinha chuva do Oeste. Como atalaias em cima do muro, galhos balançando e folhas batendo, chamavam a atenção dos súditos. Muitas vezes despercebidos, ou percebidos não na montanha, algo tocava-nos os ombros. Num meio-olhar só não víamos como ouvíamos um “oi”, “estou ali”. Eram panfletos não escritos, às vezes chutados e outras vezes varridos, mas que “falavam” algo. Eram folhas praticando esporte a ultima vez na vida. Pulavam do alto da montanha, e o destino de algumas era os ombros de quem quer que estivesse no sofá. Pássaros sempre as visitavam. Outros as escolhiam para chocar seus ovos. Pessoas visavam as mais coposas, sempre nas férias. Outros faziam orações nos mesmos lugares. Na verdade, quase tudo acontecia lá. À noite, não mais do sofá, mas do quarto, ouvia-se apenas o canto das árvores, que juntas formavam o “coro” noturno. Lembrava-nos serenatas de amigos sempre que fazíamos aniversário. E quem dizia que apesar dos rangidos dos fortes galhos, na tão dócil paz dormia muitos filhotinhos de aves, enquanto desfilavam desfileirados apenas morcegos em busca de frutas. Além disso, poucas horas mais tarde, e talvez todo dia, ouvia-se também o uivado de lobos que apenas passeavam com seus filhotes, parecidos a madames à tarde com seus cachorrinhos. A cidade dormia mesmo era bem depois da meia-noite. Ouvia-se depois disto, da cidade, apenas algumas viaturas que raramente usavam suas sirenes. Isto ajudava muito quem gostava do som que descia da montanha e entrava pela fresta das janelas e portas, e passava a mão em nossos cabelos, sempre com uma canção de ninar. O perfume era quase o mesmo a todas as árvores. Existia apenas algumas diferenças. O aroma era distribuído conforme as diferentes classes. Apenas experts distinguiam. Ao amanhecer, mas bem um pouco antes do sol nascer, um pouco depois da oração matutina, e quase bem na hora do esticar dos nervos, sempre lembrava-nos das músicas da noite passada. Hoje era outra. Outra, pois mais componentes se juntavam. Pássaros, animais diurnos, e mais folhas. O show durava pouco. Como crianças no teatro, como estudantes na sala de aula numa segunda-feira, que perturbam por querer fofocar de tudo, como mosquitos na pesca... assim eram o movimento da cidade ao atrapalhar o “show” vindo da montanha. Mas, na livre e espontânea pressão, fazíamos parte deste público inocente. Tudo isso não justificava tudo. Se na inocência infantil soubéssemos ouvir e assistir as peças de teatro em que nossos pais nos levava, não destruiríamos LP´s de vinil dos clássicos que nos restou de herança. A cidade não ouviu. Não assistiu. Eram poucos os que viravam-se e via o aceno das árvores na montanha. Não eram muitos os que sentavam no sofá e eram tocados aos ombros pelas folhas. O que mais se via, eram as varreções. Os poucos da cadeira da frente, não foram suficiente pra evitar que parte do Oeste fora visto. Lobos sem passeio, morcegos sem desfile, pardais sem ninhos, chuvas inesperadas... o show acabou. Quem hoje senta no sofá já não tem mais a vista como antes. A coroa da montanha não é mais somente em dias pouco nublados. Fazem-na forçadamente, da queima do resto que sobrou dos atores do show. Os mesmos atores que outrora moravam na montanha, que assobiavam noite a dentro, e gritavam durante o dia, foram para os quartos, para as salas, cozinhas, enfim, não enviam mais os suaves sons que entravam pelas frestas, mas agora pelas portas, ou próprias portas. Apesar de tudo, ainda hoje, quem senta no sofá vê uma árvore. Uma não, muita. No horizonte do leste ainda pode-se ouvir pelo vale, como um rio na cheia, o show dançante de folhas batendo, entre elas, os atores filhos dos que na montanha faziam parte da peça. Mas ombros não são mais tocados no sofá. As folhas que praticavam esse esporte agora voam para um outro sofá, e somos, no sofá, apenas o público que não recebe mais panfletos.
Gustavo P. Andrade.
gustavoareado@yahoo.com.br

DESEMBRULHE O PRESENTE!


Estamos em época de festa. Neste período do ano, não só vemos como participamos de muitas festas. E, como regra geral, em festas há presentes.
Mas, quem nunca ganhou um presente? Ou quem nunca deu um presente? Às vezes damos um presente por uma simples obrigação. Um amigo está se casando, e vamos à festa, e, pra não ficar feio, levamos um presente.
A primeira coisa que se lembra ao ser convidado pra uma festa, é o presente, que por sinal, sempre é muito “bem-vindo”.
Mas não me refiro por este ângulo. Quero falar é do presente que damos a quem amamos de verdade. Isto mesmo. São raras as pessoas que nunca foram a uma loja e, sem se importar com o preço, procurou por entre as prateleiras, cabides, estandes, algo sempre lembrando na pessoa amada.
São poucos que se empolgam no momento do embrulho do presente. Depois de ter escolhido algo com carinho, chamamos o caixa e pedimos pra vermos os embrulhos disponíveis. Escolhemos de acordo com o pensamento nas características emocionais da pessoa que receberá o presente.
Muitas vezes queremos tal cor, com tal estampa, tal papel, às vezes uma caixinha, uma fitinha ali, um laço aqui... e... pronto! A surpresa começa aí. O embrulho, a princípio é lindo.
Chega o momento da entrega do presente. O abraço primeiro, a alegria, a empolgação, e.. derrepente... não foi tão bom assim. A felicidade e a empolgação da pessoa receptora do presente não correspondeu totalmente ao carinho que você entregou.
Tudo isso porque, ao invés de desembrulhar o presente, a pessoa rasgou o embrulho, como uma presa nas mãos de um leão, como um passarinho nas garras de um gato, como um papel que acaba de sair da impressora, nas mãos do executivo que viu seu trabalho errado...
Assim também como regra geral as pessoas são assim. Quantas vezes ganhamos presentes, e, ainda que desembrulhando corretamente, a prioridade é o interior do embrulho. Apenas o chutamos pra debaixo da cama, ou amassamos e jogamos no lixo...
Na vida comum isso passa despercebido. Pra falar sério, quase todos não acham ruim que o embrulho seja amassado e jogado fora. No máximo que acontece, é colocá-lo debaixo da cama e reutilizá-lo em uma outra hipótese.
Mas tem uma coisa: no mundo espiritual e sentimental, estamos constatemente ganhando presentes. O maior e melhor presente que podíamos ganhar, foi o de Deus: a vida! E, como um presente, esta não veio desembrulhada.
A vida veio embrulhada em um papel tão especial que somente Deus soube escolher. Ele o embrulhou pensando em cada um individualmente. Colocou neste embrulho um laço de amor, uma fita de fé, mesclada com carinho e esperança, colocou um cartãozinho de fraternidade...
Neste embrulho, um pedaço do papel é a família que cada um recebemos. Amigos, inimigos, dentre outros. Deus escolheu cada embrulho deste presente.
Sem saber o porquê, cada dia mais pessoas reclamam de suas vidas, simplesmente porque não souberam desembrulhar o presente. Parece-nos viável apenas deliciar no conteúdo, mas esquecemos-mos de apreciar a embalagem, ou de pelo menos “ler o manual”.
Saiba desembrulhar o presente dado por Deus, aproveitando ao máximo as coisas que fazem parte do presente: o embrulho. Viver alegre, viver harmonioso, entender muitas vezes a família,e, além de entender, vivê-la. Aproveitar oportunidades, e sentir que o presente não se resume apenas no conteúdo. Tudo foi feito com carinho. Portanto, desembrulhe o presente!
Gustavo P Andrade

REALIDADE


O QUE É A SOLIDARIEDADE,

SE NA CIDADE SÓ SE VÊ MALDADE?

O QUE SE DIZ SOBRE AMIZADE,

QUANDO A BANDEIRA HASTEADA É A FALSIDADE?

ONDE FOI A IGUALDADE,

AO PASSAR A CARAVANA DA NECESSIDADE?

A ASA DA VERDADE,

FOI QUEBRADA PELA VAIDADE.

A JUSTIÇA DA HUMANIDADE,

SÓ CONHECE A SAUDADE.

IMPLORANDO A FELICIDADE,

PASSA-SE A IDADE.

A CONFIANÇA NA ENTIDADE,

NÃO PASSOU DE UMA VONTADE.

A FALSA CARIDADE,

CORRÓI OS OSSOS DA IRMANDADE.

UMA SOLUÇÃO, NA REALIDADE,

ESTÁ PRESA INOCENTE ATRÁS DE UMA GRADE.
GUSTAVO PEREIRA ANDRADE