terça-feira, 6 de janeiro de 2009

RELATOS DE UMA GUERRA

Tudo estava normal. Mas até eles chegarem. Parecia que o campo de batalha já estava pré-determinado. A paisagem do local era a mesma das que víamos nos filmes. Mas agora não era ficção.
Aquele tempo parado, somente o balançar de folhas de um milharal em frente, e algumas folhas de árvores se batendo, o calor intenso. Uma verdadeira cena de que aquela noite eles atacariam outra vez. Mas agora estávamos receosos.
Apesar de noites passadas termos prevalecido e matado muitos deles, não sabíamos ao certo quantos deles viriam. Aliás, tanto quanto fossem, restava-nos quase nenhuma munição. Um dia normal para a ocasião.
Cada um de nós trabalhava durante o dia como se nada mesmo fosse acontecer, apesar de as marcas em nosso corpo doíam e faziam-nos lembrar das noites passadas. Cada vez que essas marcas no corpo nos doíam, faziam-nos enraivecer contra eles.
Era certo isso e sabíamos com certeza, muitos deles estavam entre nós, escondidos. Saíam sempre à noite, com medo de serem descobertos. Às vezes pegávamos um espião. Pegávamos não. Quando chegávamos a descobrir um, era esperto o suficiente para fugir de nós.
Aparentemente éramos mais forte. E éramos sim mais resistentes. Mas eles eram mais numerosos. E tinham, ainda por cima, táticas quase melhores que a nossa.
A noite chegou. Éramos pessoas que não temíamos derramar sangue. E por falar em sangue, onde estávamos havia muito, por causa das noites passadas. Apesar de retirarmos os corpos, manchas de sangue marcavam o local. Muitas das manchas eram nosso próprio sangue.
Não tínhamos notado uma coisa: eles vieram durante o dia do milharal em frente, e conseguiram se esconder por ali. O local havia mitos esconderijos. Nós mesmos tínhamos feito os esconderijos, mas muitas vezes nenhum de nós os usava, e eles se aproveitaram disso.
Foi distribuídos panfletos entre nós, alertando-nos de como eles eram perigosos. Os panfletos ensinavam-nos como lidar com eles. Ah! Mas isso era o que mais sabíamos. Aliás, éramos experientes nesta guerra.
Eles eram durões e não desistiam nunca. Uns kamikazes terrestres!
Naquela noite, bastou desligarmos as luzes. Eu, como sempre despreparado, não deixei minha arma ao alcance de onde estava deitado. Começou os estrondos. Saíram de todos os esconderijos e vinham gritando. Nosso contra-ataque fazia as janelas estremecerem, objetos caírem, civis acordarem... Foi uma batalha cruel, mas fomos resistentes.
Não durou muito para que acendêssemos todas as luzes e eles ficarem desnorteados. Ufa! Foi mais uma noite! Mas mesmo assim, passados algumas horas, conseguimos dormir. Os que deles não morreram se esconderam e deram sossego. Também.. Qual pernilongo aguentaria toalhadas, chineladas, palmadas, RAID.... Essas eram nossas armas!!!!!!!
GusPA

Um comentário:

  1. Agradeço o comentário no meu blog.

    Dei uma olhada no seu,muito interessante o que você escreve, bastante intenso.

    Hugs!

    B.

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