quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Conselhos de um sábio


Por um momento parei e comecei a pensar. Não consegui sozinho. Como organizar meus pensamentos, se a quantidade de carga elétrica negativa e positiva emaranhava meus neurônios.
Um simples convite faz-nos pensar? Parece que não. Mas depende de quem veio o convite e qual finalidade e intensidade em que veem. Muito difícil neste momento ao subir da poeira da realidade, e damos atenção a ela. Essa atenção, simplesmente atenção, é a mesmo que um acusado sem advogado.
Então me sentei e chamei um velho e sábio amigo. Este amigo já foi um rei. Sua virtude era a sabedoria, sua coroa era o conselho. Sim, Salomão. Autor dos livros de Eclesiastes, Provérbios, e Cantares de Salomão. Filho do grande rei Davi, e sucessor do trono.
Nada melhor que conselho de quem já passou por situações pelo menos parecida com a nossa. Apenas explique para Salomão o que ocorre com você. Ele, através de seus livros, e, ainda mais importante, através de suas experiências, lhe dará muitos conselhos.
Foi o que me aconteceu. Expliquei para o velho e sábio Salomão o que se passava comigo, e pedi-lhe conselhos. Disse-lhe que nunca havia ido para os bares me embebedar e divertir com amigos. Disse-lhe que nunca me droguei pra ser como amigos. Disse-lhe ainda que meu corpo não conheceu as mulheres da vida. Por fim expus que minha vida se resumia em estudo, leitura, dedicação simplesmente à minha família e à Deus, e, diante de tantos convites a praticar aqueles atos e outros semelhantes, estava agora cercado de pressões psicológicas, sendo quase persuadido a experimentar tudo.
Por um momento em meu coração, o modo em que vivia, pensava eu não trazer-me felicidade, a indecisão tomou conta do meu espírito. Mas isso foi até o momento em que o sábio começou a falar.
No livro de Eclesiastes, capítulo 1, o sábio começa a exclamação: “vaidade de vaidades! É tudo vaidade”.. O sábio Salomão começou a compartilhar-me sua experiência. No capítulo 2 me relatou que certa vez em sua vida, momento em que reinava em Jerusalém olhou em sua volta e viu que havia adquirido poder. Por esse poder, riqueza não lhe faltava. Obras, casas, vinhas, hortas e jardins magníficos. Mulheres, servos e servas, concubinas, vacas, ovelhas, ele havia adquirido mais que qualquer um antes dele em Jerusalém.
Disse-me ainda: “tudo quando desejaram os meus olhos não o neguei, nem privei meu coração de alegria alguma”. Porém, particulou-me o sábio, que neste momento olhou para todas as obras que fizera, para tudo quanto possuía, e, apesar de toda alegria de ter e poder tudo, viu que era tudo vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.
Salientou-me ainda o sábio, que é bom para o homem que coma e beba, e desfrute a sua alma do bem do seu trabalho, e que isto, sobretudo, vem da mão de Deus.
O sábio teve tudo. Deliciou-se de tudo quanto queria, mas concluiu-me que nada para a alma aproveita. Nas emolduradas palavras do sábio pude então notar que posso preferir seguir conselhos, trazer o gozo e a alegria a meu bel prazer.
Apesar desta liberdade e livre arbítrio concedido ao homem, é mais sábio e aproveitoso buscar o que vai completar e definir a vida depois que a matéria retornar ao pó de onde veio.
Disse-me ainda o sábio, em seus insondáveis conselhos, que ele próprio arrependeu-se a tempo. Arrependeu-se de entregar a uma vida de simples prazer terrestre e delícias mundanas e passar a honrar a Deus de toda sua força. Arrependeu-se antes que os moedores se enfraquecessem e caíssem. Arrependeu antes que escurecessem os que olhem pela janela, e antes que os seus braços começassem a tremer e suas pernas ficassem fracas.
Levantei-me fortalecido, absolvendo as palavras do sábio Salomão. Voltando pra casa, todo alegre e sorridente, deparei-me com o amigo Paulo, sim, o apóstolo São Paulo, que me exortou ainda que “todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convem” (I Coríntios 6:12). Em outras palavras, posso fazer tudo o que quero, mas nem tudo é bom pra mim. Posso fazer qualquer coisa, mas não deixarei que nada disso me escravize, e, completa São Paulo a dizer que o corpo não deve também ser usado a bel prazeres, mas para honra do Criador.
Ainda mais explodindo de alegria, e reforçado em minha opinião em viver a vida como já estava vivendo, honrando ao meu Criador acima de todas as coisas, apenas pedi-lhes um cartão de visita, com endereço e telefone, e, hoje, qualquer dúvida, problema, tristeza, preocupação, o cartão está em minhas mãos!!
GusPA.

Um comentário:

  1. Muito bom!
    Interessante como, apesa delongo,ele prende a pessoa de uma forma.

    otimo texto cara

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